Cantos Gregorianos - Salmos

terça-feira, 15 de julho de 2014

Os Vícios segundo a tradição Monástica

A doutrina dos oito vícios é um capítulo interessante da psicologia monástica. Foi desenvolvida, sobretudo, por Evágrio Pôntico e Cassiano, mas aparece também em Clímaco, em Máximo Confessor e em outros. Nela se distinguem estes oito vícios: gula, luxúria, cobiça, tristeza, ira, acídia (preguiça), vaidade e orgulho. A cada um destes oito vícios Evágrio atribui um demônio, que determina suas características. Nem todos provocam os mesmos pensamentos. Um provoca pensamentos de cobiça, outro pensamentos de orgulho. Nisto os demônios se distinguem também de acordo com sua espécie. Alguns são leves e atacam de repente - por exemplo, o demônio da luxúria. O demônio da acídia, pelo contrário, é pesado e pouco a pouco oprime a alma com sua força cada vez maior. A estrutura dos oito vícios se dá de acordo com a tríplice divisão da alma segundo Platão. Os três primeiros vícios são atribuídos à parte dos desejos (epithymia), os três seguintes a parte excitável ou emocional (thymos), e os dois últimos a parte espiritual (nous). Os três primeiros vícios - GULA, LUXÚRIA e COBIÇA - são instintos básicos fundamentais. Poderíamos atribuí-los a fase oral, anal e fálica no desenvolvimento da primeira infância. Estes instintos fazem parte da natureza humana, e não nos é possível simplesmente eliminá-los. Eles têm que ser integrados, é preciso que lhes seja imposta a reta medida. Os três vícios seguintes - TRISTEZA, IRA e ACÍDIA - são estados negativos de ânimo, muito mais difíceis de ser superados. Estes estados não se deixam dominar como os instintos. O reto convívio com eles exige um equilíbrio da alma e uma maturidade interior, a que só podemos chegar quando nos ocupamos honestamente com os pensamentos e os estados de ânimo, e quando “nos abrimos” sem reservas para Deus. Mais difícil ainda é combater os dois últimos vícios - VAIDADE e ORGULHO -, porque o espírito é o mais difícil de ser domado. Aqui é onde com mais facilidade os demônios podem enganar alguém. A respeito dos oito vícios Evágrio fala de diferentes maneiras. Ele pode falar de impulsos e estados de ânimo, ou de pensamentos de cobiça ou de ira, ou então falar do demônio da cobiça, do demônio da ira. Ele, por conseguinte, personifica o vício. É como se fosse um interlocutor autônomo, um demônio que tenta alguém e que procura impeli-lo para um instinto, para uma emoção ou para uma cegueira espiritual. E cada um dos oito demônios possui sua técnica própria. O fato de identificar os demônios com os oito vícios mostra mais uma vez que na demonologia de Evágrio não se trata tanto de fenômenos extraordinários, como possessão, mas sim do elemento tenebroso e mau que cada pessoa experimenta em si, da luta contra as falsas atitudes interiores que procuram se estabelecer em nós, desta maneira criando obstáculos a nossa abertura para Deus. Evágrio descreve um por um os oito demônios que se encontram por trás dos diversos vícios.

sábado, 12 de julho de 2014

SER SANTO NA CARTUXA

A Cartuxa é apreciada porque o seu maior objectivo é que não se fale dela. Não faz campanhas vocacionais, nem cultiva acções promocionais. É, aliás, a muito custo que abre as suas portas a visitantes. Em Portugal, quando o jogador Eusébio veio para o Benfica, veio também um jogador para o Sporting vindo da então colónia, Moçambique. Já ninguém se lembra dele. Nos idos anos 70 foi comentado na imprensa o facto de ter entrado como noviço na Cartuxa Scala Coeli (escada do céu) em Évora, Portugal. Ainda é vivo, e é um Irmão na cartuxa italiana da Serra de São Bruno, na Calábria. Silenciosamente, na solidão do mosteiro, faz o seu caminho da "escada do céu"! O seu caminho de santidade!

Na Cartuxa, importante É SER santo e não que se seja chamado santo. Tudo está centrado no essencial, em Deus. Tudo se apaga para que Ele brilhe. Tudo se silencia para que Ele fale. Não se fazem ensaios de cânticos. Quem vem de novo integra-se na oração com os outros. Os cartuxos são inflexíveis em muitos aspectos. No despojamento, por exemplo. Não aceitam dignidades, distinções ou condecorações por parte da Igreja. Um dos seus lemas é «non sanctos patefacere sed multos sanctos facere», que pode ser traduzido assim: «Fazer santos, não fazer propaganda deles». Não tomam, por isso, nunca a iniciativa para conseguir a canonização dos seus membros. Nem sequer possuem um catálogo dos seus santos. Quando morre alguém com uma vida excepcionalmente santa, ninguém lhe escreve a biografia. Habitualmente, dentro da Ordem, sobra apenas um comentário: «Laudabiliter Vixit». Os princípios por que se norteia o monge são a quietude, a solidão, o silêncio e a procura do Divino. A Cartuxa não quer a fama. Se ela existe, são outros que a propagam. Quando um cartuxo passa por outro não diz nada. Ou talvez diga sem dizer. O silêncio é capaz de captar o essencial. E o essencial vem do fundo. Se houver atenção, somos capazes de lá chegar. Certas palavras, muitas palavras só atrapalham.

por Victor Henriques

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Os Pensamentos e a Oração na tradição.

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As raízes primitivas da tradição contemplativa são sem dúvida os Evangelhos e a vida de oração de Jesus, que buscava frequentemente o silêncio e solidão para estar em comunhão com seu Pai. Ele falava do Reino interior, dizendo-nos para ao rezar, entrarmos em nosso quarto, fechar a porta e lá, orar ao mesmo Pai no qual nos assegura sua união e a nossa, através d’Ele. Um dos pilares da tradição cristã é que temos em Jesus de Nazaré em suas parábolas e histórias, na tradição do Evangelho, uma entrevisão do que sejam as possibilidades do desenvolvimento humano. Temos uma visão de um Deus Amor do qual somos parte inerente e também que podemos abrir-nos a união de toda nossa vida, todo nosso ser nesse Deus, e fazer disso uma imensa e ilimitada capacidade de dar e receber amor. Muitas vezes, entretanto, nem sempre temos a certeza de como caminhar nessa trilha, o "caminho estreito" do qual Jesus falava, que nos possibilite fazer dessa transformação uma realidade.

Falando de transformação somos lembrados de que na prática da oração contemplativa somos parte de uma tradição antiga que remonta às comunidades primitivas nos desertos da África e no Oriente Médio. Isto pode ajudar-nos a refletir sobre a tradição dos Padres e Madres do Deserto, como uma das primeiras tentativas de cristãos viverem radicalmente o Evangelho, de uma forma mais sincera e radical, de tornar-se bom como Deus é Bom e aprender a amar verdadeiramente como Jesus ensinou.

O desenvolvimento do monaquismo do deserto acontece no contexto histórico do Concílio de Nicéia, o final da época dos martírios e o movimento para o deserto, particularmente no alto e baixo Egito, por cristãos buscando fuga da sociedade corrupta, elevados impostos e conturbação social.

Três modelos iniciais de monaquismo floresceram a partir do III ao VI séculos em três áreas geográficas. No baixo Egito a vida monástica eremítica é melhor representada por Antão, o Grande, um copta, que deixou uma vida de riquezas para estar só como eremita no deserto. Sua vida foi escrita por Athanásio, em "Vida de Antão". A abordagem eremítica enfatiza o individualismo e a solidão, com grupos que livremente se reuniam junto a um mestre ou pai espiritual, os "abbas".

O segundo modelo aconteceu em Nitria e Scetis, a oeste do delta do Nilo, onde surgem pequenos ajuntamentos livres de monges vivendo juntos sob a direção de um "abba". Estes grupos chamavam-se "sketes" ou "lauras". Esta é a área onde João Cassiano reuniu seus relatos sobre a prática do deserto e posteriormente as transformou em suas "Conferências". Esses monges eram mais letrados, já que haviam centros acadêmicos nas vizinhanças e foi ali, que Pai (abba) Evágrio Pôntico escreveu seus trabalhos, o "Praktikos" e os "Capítulos sobre a Oração". É também dessas duas regiões que se originam os "Dizeres dos Padres do Deserto – os Apophetégmas. Os monges dessa área viviam em extrema pobreza e simplicidade, devotando-se a uma vida de oração e trabalho manual, tais como tecer cestos, e vivendo uma vida que era apenas a manutenção da subsistência.


A terceira forma de monasticismo se desenvolveu no Alto Egito. Este estilo enfatizava o cenobitismo ou a vida em comum, de oração e trabalho, mais comum no ocidente. Esta forma foi talvez melhor representada pela comunidade de Tabennsi, dirigida por Pai Pacômio (290-347). Outras formas de monasticismo floresceram na Síria, Ásia Menor e Gaza, na Palestina. O objetivo de todo esse modo de vida, era proporcionar as melhores condições para se viver radicalmente o Evangelho de Cristo e tornar possível o tipo de mudança que Jesus propusera. Os monges desse período teciam algumas suposições. Não diferentemente do nosso tempo atual, eles pensavam que havia algo em nossa condição humana que necessitava de cura, como se evidenciava na sociedade e cultura em que viviam e que produzia uma grande carga de sofrimento. Dessa forma, para que alguém se tornasse mais completamente acessível a Deus e à transformação do Espírito Santo, alguma forma de solidão e separação física da influência da sociedade humana era necessária. Outro aspecto do início do monasticismo foi a conclusão, ou melhor, a descoberta que os monges fizeram; a de que havia algo sobre a natureza de nossos pensamentos e nossos apegos a eles e que nos tornam suscetíveis ao pecado e incapazes de viver o Evangelho radicalmente. Eles concluíram que devemos buscar um silêncio interior no qual possamos ter maior liberdade em relação aos nossos pensamentos, que nos permita encontrar a Deus mais completamente e não ficarmos sujeitos à escravidão de nossos próprios pensamentos.

Pai Amonnas foi perguntado: "o que é o" caminho estreito e apertado"? Ele respondeu, "o caminho estreito e apertado é este: controlar seus pensamentos e despojar-se de sua própria vontade, por amor a Deus. Este também é o significado da fala, "Senhor, deixamos tudo e te seguimos". Os monges começaram a compreender que, se eles deviam se transformar em Deus, eles deviam ser capazes, de alguma maneira, de serem liberados da condição humana que se manifestava na fragmentada civilização romana ao redor deles e dentro de si próprios, através da liberação e controle de seus próprios pensamentos. Então, o controle dos pensamentos começa a ser relacionado com a oração contínua. Controle de pensamentos, liberação de pensamentos, tornaram-se o portal para a liberação do coração tornando-o consciente da Presença de Deus. Quando perguntado sobre o que um monge devia fazer depois que seu coração estivesse purificado dos pensamentos, Pai José disse, elevando seus braços para o céu e seus dedos tornando-se como dez lâmpadas de fogo: "por que não se transformar completamente em fogo?".

A grande compreensão obtida pelos antigos Padres e Madres do Deserto foi que a "pura intenção" conduz à "pureza do coração" – (Thomas Keating, OCSO).

Um mestre de enorme sabedoria e capacidade de articulação do caminho contemplativo foi Evágrio Pôntico. Ele estabelece três elementos da vida espiritual contemplativa em seu trabalho "Pratikos" e "Capítulos sobre a Oração". O primeiro é "pratike", ou como se desprender de pensamentos inúteis. O segundo é a contemplação do Criador em sua Criação, o aspecto encarnacional da prática contemplativa. E o terceiro, a contemplação sem imagens de Deus mesmo, ou oração pura. Esta é a dimensão "apofática" primária dessa prática.

Seguindo o conselho de Jesus de que o pecado ou o mal começa com nossos pensamentos, Evágrio categoriza oito tipo de pensamentos: aqueles sobre desejo, gula, concupiscência, avareza, e aqueles de aversão ou irascibilidade, tristeza, raiva, vanglória e orgulho. O oitavo é a acedia ou apatia, que é considerado o mais sério dos pensamentos porque envolve a tentação de desistir da jornada espiritual. Existe o reconhecimento por parte de Evágrio, de que os obstáculos à completa consciência de Deus, de estar em paz com Deus, começam com pensamentos que nos tiram de nosso próprio centro e de nosso descanso completo n’Ele. Aprendendo a controlar os pensamentos, não dando atenção ou intenção aos mesmos, eles perdem seu poder sobre nós. Com o tempo começamos a alcançar aqueles degraus do estado de "apatheia" (não, "apatia" – mas algo como a "indiferença" diante das paixões – nota da tradutora) que é o estado de calma e paz, encontrada na libertação das paixões e da inquietude. Aqueles que rezam atingem essa liberdade, deixando que os pensamentos surjam e desapareçam sem lhes dar o poder da volição, isto é, do desejo.

Esta é uma premissa chave para a compreensão do caminho da paz e da liberdade. Para Evágrio é o limiar, e apenas o limiar para o completo exercício da Fé, que é dar o nosso radical consentimento à Presença e Ação de Deus. Mas isto também é uma grande compreensão psicológica e espiritual da liberdade, tanto do pecado como de estados emocionais perigosos. Ambos se iniciam com o pensamento. Quanto mais conscientes possamos estar dos pensamentos, mais escolhas poderemos fazer em relação aos mesmos e àqueles aos quais damos volição e as consequências advindas. Discernimos se os pensamentos nos conduzem à paz e a Deus ou para longe de ambos, e se trazem maior desarmonia em relação à Presença de Deus dentro de nós. Também atingimos o estado do "puro ser" que é abaixo, acima e além da vontade.

A "pratike" então, nos conduz à "apatheia" – indiferença, que por sua vez nos conduz a um maior desejo do amor de Deus, que ainda nos conduz à intencionalidade e ao radical consentimento de nos entregarmos, de nos abandonarmos, nossas vidas, nossa vontade ao Deus que nos habita.

O segundo elemento da prática é buscar, através de imagens e do mundo natural, o significado interior da criação. Este é o modo Catafático, e o caminho da reflexão, em buscar de modo encarnacional e intelectual, um estado de maior devoção e compromisso com o caminho espiritual, mantendo a mente fixa em Deus. De modo que o negativo, os pensamentos envolventes, escravizantes, são substituídos por pensamentos de busca de Deus.

O terceiro elemento da prática é a contemplação de Deus, ou Oração Pura. Este é o modo Apofático ou oração sem imagens, que os dois caminhos anteriores preparam. Ele é na verdade o abandono de todos os pensamentos que nos prepara para, como vasos que irão receber o dom da contemplação, a consciência direta da Divina Presença. "Feliz é aquele que atinge a perfeita não-forma na hora de sua oração…. feliz é aquele que atinge a completa inconsciência de toda experiência sensível na hora da oração", disse Evágrio Pôntico.

Santo Isaías, o Solitário, um monge do deserto da Palestina, asseverava a prática da lembrança de Deus como um despertar ou descobrir da Divina Presença que habita dentro do coração e que os pensamentos são um obstáculo a esta completa realização. Interessante que ele usa para oração, o termo, "lembrança de Deus", usada pelos Sufis na prática Dikhr, de cantos repetitivos. Contudo, ele não formula uma metodologia para manter esse foco.

João Cassiano em seus relatos do monasticismo egípcio, na "Décima Conferência" detalha o uso de uma fórmula de oração como um artifício para focalizar a concentração na oração. Fala de como os monges incorporaram uma palavra ou frase da Escritura como Palavra Sagrada. Dizer uma "Palavra de Salvação" em oração, ou conceder uma "Palavra de Salvação" ao ensinar e abençoar, eram práticas comuns, na época. Ele recomenda uma frase do salmo, "Vinde, ó Deus em meu auxílio, Senhor, apressai-vos em socorrer-me". Ele vê isso como uma fórmula de oração contínua, para ser usada e incorporada em nossa consciência, de modo que se possa "rezar sem cessar". Ele não descreve ou dá instruções sobre como tratar os pensamentos, mas focaliza a intenção à qual o devoto retorna incessantemente, dirigindo todos os seus pensamentos e desejos a Deus. O bem que daí se origina permite ao devoto mudar de pensamentos e prazeres que o distraem, para Deus apenas. "Então, se cumprirá em nós o que o Senhor pediu quando orava a Seu pai, ao dizer: "Que o Amor que tens por mim esteja neles e eles em nós".

A oração de Cassiano permanece como primeira invocação na Liturgia das Horas, até hoje. A prática de rezar com uma palavra ou frase da Escritura foi trazida para o Monaquismo Ocidental através da prática da Lectio Divina. Mais tarde ela seria articulada de um modo mais formal.

Acompanhando Cassiano, ocorreram outros desenvolvimentos no pensamento sobre oração na tradição do deserto. Talvez o mais importante desse período, que continua na tradição Ortodoxa Oriental até os nossos dias, foi o desenvolvimento da Oração de Jesus como uma forma potente e onipresente da "lembrança de Deus". Acredita-se no poder do santo nome de Jesus, que por si só contenha um poder purificador e um efeito salvífico, além da ajuda psicológica em abandonar-se os pensamentos perturbadores. A tradição oriental da oração do deserto é talvez melhor expressa por João Clímaco, um monge que viveu próximo ao Sinai por volta do ano 600. Ele advocava a oração de uma frase, chamada de "monologistos". Ele acrescentou a dimensão de se harmonizar à oração com a respiração. Em sua "Escada para a Ascensão Divina", ele dá a dimensão maior da prática contemplativa oriental ortodoxa. A prática é a seguinte, e um degrau conduz ao próximo: 1 – Quietude de pensamentos (apotheseis), e 2 – a lembrança de Jesus unida à respiração, conduzindo à apreciação da quietude (hesychia). A fase inicial é desligar-se de distrações na prática do monologistos, a fase do meio é a concentração no que está sendo dito, e a conclusão é o arrebatamento no Senhor. O resultado dessa prática é a conversão de todo desejo, num único, Deus. "Conheço hesycastas cujo ímpeto incendiado para Deus é ilimitado. Eles geram fogo por fogo, amor por amor, desejo por desejo". – João Clímaco.

O uso da "Oração de Jesus" ou "Oração do Coração", passa por um desenvolvimento maior nos nossos dias, na tradição oriental. E Philotheus do Sinai, em seus "Escritos sobre a Filocalia na Oração do Coração" também amplia a psicologia dos pensamentos, pecado e vícios. Ele descreve a habilidade da mente em resistir ao abandono dos pensamentos e, por conseguinte, obter maior liberdade. Ele também fala do processo de enredar-se em armadilhas dos pensamentos, como: 1. (impacto) – o primeiro estágio quando o pensamento ou imagem surge na mente, 2. (combinação identificação) – quando a mente se ocupa com algum desejo ou interesse do pensamento ou imagem, apego, ao invés de desapego, 3. (mesclando-se com) – o envolvimento ativo do desejo com o pensamento ou imagem escolhida, 4. (captura) – a imagem ou pensamento se torna escolha ativa em direção à ação ou dependência, ou completo envolvimento no pensamento ou imagem, em desacordo com a busca de Deus. Esta compreensão é consistente com as teorias cognitiva/afetiva e cognitiva/comportamental atuais.


Em resumo, desde os tempos dos Padres e Madres do deserto os monges têm procurado aprofundar sua busca e experiência de Deus. Nessas buscas e descobertas, temos o essencial daquilo que sabemos ser uma prática bem formulada da Oração do Coração. Estas incluem, primeiramente, a teologia da Presença que nos habita, e a assertiva que a promessa dos Evangelhos de Jesus se realiza em nosso despertar para por, bem como nossa entrega total e refúgio na Vida de Deus, no Centro de nós mesmos. O outro ensinamento essencial é que há um método simples, uma maneira de consentir e vencer os obstáculos de nossos próprios pensamentos, parte inerente da nossa condição humana, na mais profunda paz, alegria e completa transformação em Deus, rezando em silêncio e quietude, no centro mesmo de nosso ser, o Coração. E podemos facilitar esse processo simplesmente nos estabelecendo numa "Palavra Sagrada" que é o nosso símbolo de entrega radical e refúgio na Presença do Deus que nos habita. Com o tempo, nossa Intenção de Amar, o grande mandamento de Jesus, é a prática purificada e o compromisso fortalecido que contagia toda nossa prática de oração, toda nossa vida, levando ao completo abandono em Deus. E ao final, os frutos dessa transformação em Deus nos conduzem a uma crescente capacidade de amar a Deus, a nós mesmos, aos outros, ao mundo em que vivemos e a servir no mundo pela paz e justiça.

domingo, 6 de julho de 2014

"A ORAÇÃO DO CORAÇÃO"



"A oração hesicástica, que leva ao descanso em que a alma habita com Deus, é a oração do coração. Para nós que damos tanta importância à mente, aprender a rezar com o coração e a partir dele tem importância especial. Os monges do deserto nos mostram o caminho. Embora não exponham nenhuma teoria sobre a oração, suas narrativas e seus conselhos concretos apresentam as pedras com as quais os autores espirituais ortodoxos mais tardios construíram uma espiritualidade magnífica. Os autores espirituais do monte Sinai, do monte Atos e os startsi da Rússia oitocentista apóiam-se todos na tradição do deserto. Encontramos a melhor formulação da oração do coração nas palavras do místico russo Teófano, o Recluso: "Rezar é descer com a mente ao coração e ali ficar diante da face do Senhor, onipresente, onividente dentro de nós". No decorrer dos séculos, essa perspectiva da oração tem sido central no hesicasmo Rezar é ficar na presença de Deus com a mente no coração, isto é, naquele ponto de nossa existência em que não há divisões nem distinções e onde somos totalmente um. Ali habita o Espírito de Deus e ali acontece o grande encontro. Ali, coração fala a coração, porque ali ficamos diante da face do Senhor, onividente, dentro de nós. É bom saber que aqui a palavra "coração" é usada em seu sentido bíblico pleno. em nosso meio, ela se tornou lugar-comum. Refere-se à sede da vida sentimental. Expressões como "coração partido" e "sentido no coração" mostram ser comum pensarmos no coração como o lugar quente onde se localizam as emoções, em contraste com o frio intelecto onde têm lugar nossos pensamentos. Mas, na tradiçao judeu-cristã, a palavra "coração" refere-se à fonte de todas as energias físicas, emocionais, intelectuais, volitivas e morais.

No coração, originam-se impulsos impenetráveis, além de sentimentos, disposições e desejos conscientes. O coração também tem suas razões e é o centro da percepção e do entendimento. Finalmente, ele é a sede da vontade: faz planos e chega a uma boa decisão. Assim, é o órgão central e unificador de nossa vida pessoal. Nosso coração determina nossa personalidade e é, portanto, não só o lugar onde Deus habita mas também o lugar ao qual Satanás dirige seus ataques mais ferozes. Esse coração é o lugar da oração. A oração do coração dirige-se a Deus a partir do centro da pessoa e, assim, afeta toda a nossa compaixão.

Um dos monges do deserto, Macário, o Grande, diz: "A tarefa principal do atleta (isto é, do monge) é entrar em seu coração".Isso não significa que o monge deva procura encher sua oração de sentimento; significa que deve esforçar-se para deixar que ela remodele toda a sua pessoa. O discernimento mais profundo dos monges do deserto é que entrar no coração é entrar no Reino de Deus. Em outras palavras, o caminho para Deus é pelo coração. Isaac, o Sírio, escreve:



"Procure entrar na câmara do tesouro... que está dentro de você e então descobrirá a câmara do tesouro do céu. Pois ambas são a mesma coisa. Se conseguir entrar em uma, você verá ambas. A escada para este Reino está escondida dentro de você, em sua alma. Se você purificar a alma, ali verá os degraus da escada que deve subir."

E João de Cárpato diz: "É preciso grande esforço e luta na oração para alcançar aquele estado da mente que é livre de toda perturbação; é um céu dentro do coração (literalmente 'intracardíaco'), o lugar onde, como o apóstolo Paulo assegura, "Cristo está em vós" (2Cor13,5).

Em suas falas, os monges do deserto nos indicam uma visão bastante holística (única) de oração. Eles nos afastam de nossas práticas intelectuais, nas quais Deus se transforma em um dos muitos problemas com os quais temos de lidar. Mostram-nos que a verdadeira oração penetra no âmago de nossa alma e não deixa nada sem tocar. A oração do coração não nos permite limitar nosso relacionamento com Deus a palavras interessantes ou emoções piedosas. Por sua própria natureza, essa oração transforma todo o nosso ser em Cristo, precisamente porque abre os olhos de nossa alma à verdade de nós mesmos e também à verdade de Deus. Em nosso coração passamos a nos ver como pecadores abraçados pela misericórdia de Deus. É essa visão que nos faz clamar: "Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, tem misericórdia de mim, pecador". A oração do coração nos exorta a não esconder absolutamente nada de Deus e a nos entregar incondicionalmente a sua misericórdia.

Assim, a oração do coração é a oração da verdade. Desmascara as muitas ilusões sobre nós mesmos e sobre Deus e nos conduz ao verdadeiro relacionamento do pecador com o Deus misericordioso. Essa verdade é o que nos dá o "descanso" do hesicasta. Quando ela se abriga em nosso coração, somos menos distraídos por pensamentos mundanos e nos voltamos mais sinceramente para o Senhor de nossos corações e do universo. Assim, as palavras de Jesus: "Felizes os corações puros: eles verão a Deus" (Mt 5,8) tornam-se reais em nossa oração. As tentações e as lutas continuam até o fim de nossas vidas, mas com um coração puro ficamos tranquilos, mesmo em meio a uma existência agitada.

Isso levanta o problema de como praticar a oração do coração em um ministério bastante agitado. É a essa questão de disciplina para a qual precisamos agora voltar a atenção.

Oração e Ministério

Como nós, que não somos monges nem vivemos no deserto, praticamos a oração do coração? Como ela influencia nosso ministério cotidiano?

A resposta a essa pergunta está na formulação de uma disciplina definitiva, uma regra de oração. Há três características da oração do coração que nos ajudam a formular essa disciplina:

A oração do coração alimenta-se de orações breves e simples.
A oração do coração é incessante.
A oração do coração inclui tudo.
Alimenta-se de Orações Breves.

No contexto de nossa cultura verbosa, é significativo ouvir os monges do deserto nos aconselhando a não usar palavras em excesso:

"Perguntaram ao Aba Macário: 'Como se deve rezar?' O ancião respondeu: 'Não há, em absoluto, necessidade de fazer longos discursos; basta estender a mão e dizer: Senhor, como queres e como sabes, tem misericórdia. E se o conflito ficar mais ameaçador, dizer:Senhor, ajuda. Ele sabe muito bem do que precisamos e nos mostra sua misericórdia'".

João Clímaco é ainda mais explícito:
"Quando rezar, não procure se expressar em palavras extravagantes pois, quase sempre, são as frases simples e repetitivas de uma criancinha que nosso Pai do céu acha mais irresistíveis.
 Não se esforce em muito falar, para que a busca de palavras não lhe distraia a mente da oração. Uma única frase nos lábios do coletor de impostos foi suficiente para lhe alcançar a misericórdia divina; um pedido humilde feito com fé foi suficiente para salvar o bom ladrão. A tagarelice na oração sujeita a mente à fantasia e à dissipação; por sua natureza, as palavras simples tendem a concentrar a atenção. Quando encontrar satisfação ou contrição em determinada palavra de sua oração, pare nesse ponto".

Essa é uma sugestão muito útil para nós que tanto dependemos da capacidade verbal. A tranquila repetição de uma única palavra ajuda-nos a descer com a mente ao coração.(Também a base da OC, nota da autora do site). Essa repetição nada tem a ver com mágica. Não tem o propósito de enfeitiçar Deus, nem de forçá-lo a nos ouvir. Pelo contrário, uma palavra ou sentença repetida com frequência ajuda-nos a nos concentrar, a nos mover para o centro, a criar uma tranquilidade interior e, assim, a ouvir a voz de Deus. Quando simplesmente tentamos ficar sentados em silêncio e esperar que Deus nos fale, nos vemos bombardeados por intermináveis pensamentos e idéias conflitantes. Mas quando usamos uma sentença bastante simples como: "Ó Deus, vem em meus auxílio", ou "Jesus, mestre, tem piedade de mim", ou uma palavra como "Senhor" ou "Jesus", é mais fácil deixar as muitas distrações passarem sem nos deixarmos iludir por elas. Essa oração simples, repetida com facilidade, esvazia aos poucos nossa vida interior apinhada e cria o espaço sossegado onde habitamos com Deus. É como uma escada pela qual descemos ao coração e subimos a Deus. Nossa escolha de palavras depende de nossas necessidades e das circunstâncias do momento, mas é melhor usar palavras da Escritura. (veja na página de Oração Centrante, como escolher a Palavra Sagrada).

Quando somos fiéis a essa oração simples e a praticamos com regularidade, ela nos conduz devagar a uma experiência de descanso e nos abre à presença ativa de Deus. Além disso, em um dia muito atarefado, podemos levar essa oração conosco. Quando, por exemplo, passamos, no início da manhã, 20 minutos sentados na presença de Deus com as palavras: "O Senhor é meu pastor", elas lentamente constroem em nosso coração um pequeno ninho para si mesmas e ali ficam o restante de nosso dia atarefado. Até enquanto falamos, estudamos, cuidamos do jardim ou construímos alguma coisa, a oração continua em nosso coração e nos mantém conscientes da orientação onipresente de Deus. A disciplina não é agora dirigida para um discernimento mais profundo do que significa chamar Deus de nosso Pastor, mas para a íntima experiência da ação pastoral de Deus em tudo que pensamos, dizemos ou fazemos.

INCESSANTE
A segunda característica da oração do coração é ser incessante. A pergunta de como seguir a ordem de Paulo: "Orai incessantemente" foi fundamental no hesicasmo desde a época dos monges do deserto até a Rússia oitocentista. Há muitos exemplos desse interesse nos dois extremos da tradição hesicástica. (Vejamos um dos principais:)
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Na famosa história do Peregrino Russo lemos:
"Pela graça de Deus sou cristão, mas pelas minhas ações sou um grande pecador... No vigésimo quarto domingo depois de Pentecostes, fui à igreja para ali fazer minhas orações durante a liturgia. Estava sendo lida a primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses e, entre outras palavras, ouvi estas: 'Orai incessantemente' (1Ts 5,17). Foi esse texto, mais que qualquer outro, que se inculcou em minha mente, e comecei a pensar como seria possível rezar incessantemente, já que um homem tem de se preocupar também com outras coisas a fim de ganhar a vida".

O camponês foi de igreja em igreja, para ouvir sermões, mas não encontrou a resposta que queria. Finalmente, encontrou um santostaretz que lhe disse:

"A oração interior incessante é um anseio contínuo do espírito humano por Deus. Para sermos bem-sucedidos nesse exercício consolador, precisamos suplicar com mais frequência a Deus que nos ensine a rezar sem cessar. Rezar mais e rezar com mais fervor. É a própria oração que lhe revela como rezá-la sem cessar; mas leva algum tempo".

Então, o santo staretz ensinou ao camponês a Oração de Jesus: "Senhor Jesus Cristo, tem misericórdia de mim". Enquanto viajava como peregrino pela Rússia, o camponês passou a repetir essa oração com os lábios. Até considerava a oração de Jesus sua companheira verdadeira. E, então, um dia, teve a sensação de que a oração passou sozinha de seus lábios para seu coração. Ele diz:

"... parecia que, pulsando normalmente, meu coração começava a dizer as palavras da oração a cada batida... Desisti de dizer a oração com os lábios. Passei simplesmente a ouvir o que meu coração dizia".

Aqui aprendemos outro jeito de chegar à oração incessante. A oração continua a rezar dentro de mim, até enquanto falo com os outros ou me concentro no trabalho manual. Ela se torna a presença ativa do Espírito de Deus que me guia pela vida

Desse modo vemos como, pela caridade e pela atividade da oração de Jesus em nosso coração, nosso dia todo se transforma em oração contínua. Não sugiro que imitemos o Peregrino Russo, mas que, também nós, em nosso ministério atarefado, nos preocupemos em rezar sem cessar, para que, seja o que for que comamos ou bebamos, seja o que for que façamos o façamos pela glória de Deus. (Veja 1Cor 10,31). Amar e trabalhar pela glória de Deus não pode permanecer uma idéia sobre a qual pensamos de vez em quando. Deve se tornar uma incessante doxologia interior.

INCLUI TUDO
Uma última característica da oração do coração é que ela inclui todos os nossos interesses. Quando entramos com a mente no coração e ali ficamos na presença de Deus, então todas as nossas preocupações mentais se transformam em oração. O poder da oração do coração é precisamente que, por meio dela, tudo que está em nossa mente se transforma em oração.

Quando dizemos a alguém: "Vou rezar por você", assumimos um compromisso muito importante. É uma pena que esse comentário muitas vezes não passe de uma expressão de interesse. Mas, quando aprendemos a descer com nossa mente em nosso coração, todos os que fazem parte de nossa vida são guiados à presença curativa de Deus e tocados por ele no centro de nosso ser. Falamos aqui de um mistério para o qual palavras são inadequadas. É o mistério em que o coração, centro de nosso ser, é transformado por Deus em seu coração, um coração grande o bastante para abraçar todo o universo. Pela oração, carregamos em nosso coração toda a dor e tristeza humanas, todos os conflitos agonias, toda a tortura e a guerra, toda a fome, solidão e miséria, não por causa de alguma grande capacidade psicológica ou emocional, mas porque o coração de Deus uniu-se ao nosso.

Aqui vislumbramos o sentido das palavras de Jesus:

"Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque eu sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. Sim, o meu jugo é fácil de carregar, e o meu fardo é leve" (Mt 11,29-30).

Jesus nos convida a aceitar seu fardo, que é o do mundo todo, um fardo que inclui o sofrimento humano em todos os tempos e lugares. Mas esse fardo divino é leve e podemos carregá-lo quando nosso coração se transforma no coração manso e humilde de nosso Senhor.

Vemos aqui o íntimo relacionamento entre oração e ministério. A disciplina de conduzir todo o nosso povo com suas lutas ao coração manso e humilde de Deus é a disciplina de oração e também do ministério. Enquanto o ministério significar apenas que nos preocupamos muito com as pessoas e seus problemas; enquanto significar um número interminável de atividades que dificilmente conseguimos coordenar, ainda dependeremos muito de nosso coração tacanho e ansioso. Mas quando nossas preocupações são elevadas ao coração de Deus e ali se transformam em oração, ministério e oração se tornam duas manifestações do mesmo amor universal de Deus.

Vimos como a oração do coração se nutre de orações breves, é incessante e inclui tudo. Essas três características mostram como a oração do coração é o alento da vida espiritual e de todo o ministério. Na verdade, essa oração não é apenas uma atividade importante, mas o próprio centro da nova vida que queremos representar e na qual queremos iniciar nosso povo. As características da oração do coração deixam claro que ela exige uma disciplina pessoal. Para levar uma vida de oração não podemos passar sem orações específicas. Precisamos dizê-las de uma forma que nos ajude a ouvir melhor o Espírito que reza em nós. Precisamos continuar a incluir em nossa oração todas as pessoas com as quais e para as quais vivemos e trabalhamos. Essa disciplina vai nos ajudar a passar de um ministério entontecedor, fragmentário e muitas vezes frustrante para um ministério integrador, holístico e muito gratificante. Ela não vai facilitar o ministério, mas simplificá-lo; não vai torná-lo doce e piedoso, mas sim espiritual; não vai fazê-lo indolor e sem lutas, mas tranquilo no verdadeiro sentido hesicástico."
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Capítulo extraído do livro "A Espiritualidade do Deserto e o Ministério Contemporâneo - O Caminho do Coração" - por Henri J. M.Nouwen - (indicado para os padres, mas também a todos que têm um ministério na Igreja, enfim a todos os cristãos.)
Ed. Loyola - ano 2000.

Fonte: http://www.padresdodeserto.net/ocor.htm

Inclusive, no catecismo da Igreja Católica comenta sobre os padres do deserto (espiritualidade primitiva da nossa Igreja é muito rica – confira os números abaixo do Catecismo da Igreja Católica)

Segue Abaixo: 

2667 - Esta [§27] invocação de fé muito simples foi desenvolvida na tradição da oração em várias formas no Oriente e no Ocidente. A formulação mais comum, transmitida pelos monges do Sinai, da Síria e do monte Athos é a invocação: "Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de nós, pecadores!" Esta associa o hino cristológico de (Fl 2,6-11 com o pedido do publicano e dos mendigos da luz. Por ela, o coração se põe em consonância com a miséria dos homens e com a Misericórdia de seu Salvador.

2668 - A invocação do santo nome de Jesus é o caminho mais simples oração contínua. Muitas vezes repetida por um coração humilde­mente atento, ela não se dispersa numa torrente de palavras (Mc 6,7), mas "conserva a Palavra e produz fruto pela perseverança. É possível "em todo tempo", pois não é uma ocupação ao lado de outra, mas a única ocupação, a de amar a Deus, que anima e transfigura toda ação em Cristo Jesus.

2669 - A oração da Igreja venera e honra o Coração de Jesus, como invoca o seu Santíssimo nome. Adora o Verbo encamado e seu Coração, que por nosso amor se deixou traspassar por nossos pecados. A oração cristã gosta de seguir o caminho da cruz (Via-Sacra), seguindo o Salvador. As estações, do Pretório ao Gólgota e ao Túmulo, marcam o caminho de Jesus, que resga­tou o mundo por sua Santa Cruz.

Os Livros indicados para alimentarmos o gosto e a perseverança na oração, todos os dias, seguem abaixo. Quanto mais lermos os testemunhos destes monges, mais sentiremos vontade de orar.

Os Livros são:
A invocação do Nome de Jesus - Editora Paulus
Peregrino Russo - Relatos - Editora Paulus
Pequena Filocalia - Editora Paulus