Longe vão os dias em que vi um
pequeno documentário da SIC (penso), no qual o monge (P. Antão Lopez) ao ser
entrevistado respondia a uma determinada pergunta mais ou menos assim: “-
Estarei aqui até D e u s querer. Se amanhã acabarmos…”
Há poucos dias, tomei conhecimento
através de um sitio 1 na net que, por decisão do Capitulo Geral da Ordem do
passado mês de junho, a Cartuxa de Évora está na eminência de fechar as suas
portas e os monges que ali vivem serem deslocados para outras Cartuxas. A ser
assim, Portugal perderá o seu único mosteiro da Ordem Cartuxa, ficando a
Cartuxa de Nª Sª Medianeira, no Brasil, o único de língua portuguesa.
Lembro ou relembro, consoante o
caso, que estes monges em 1834, por altura da expulsão das Ordens Religiosas do
país, foram obrigados a abandonar o convento. Depois de um interregno de mais
de um século esta " c a s a d e D e u s " foi-lhes devolvida, e no
passado ano comemoraram o seu Cinquentenário de regresso. Confesso que fiquei
um pouco triste com esta partida prematura, no entanto, no meu modesto entender
só Deus sabe o que é melhor para estes homens que por nós oram incessantemente.
Sonhei um dia visitá-los, nem que fosse apenas por umas horas. Respirar um
pouco aquele ar imaculado e sentir a santidade possível neste mundo. Se calhar não passou disso mesmo “um sonho”
desta minha grande empatia por eles. Não
importa para onde irão, porque onde quer que estejam, sei e sinto que oram por
nós todos, aqueles que “aqui ficam”. Termino com um humilde mas sentido poema
que lhes escrevi 2.
S a n t a M a r i a S c a l a C o
e l i 3
Vós que estais aí
Sois como um oásis no deserto
Água fresca num dia quente
Pureza viva nesta sociedade suja e
moribunda
Vós que aí estais
Esquecidos por nós
Continuai a orar por todos
Aqueles que aqui estamos
Vós sois
O sal da terra que dá sabor à vida
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