Cantos Gregorianos - Salmos

sábado, 31 de maio de 2014

Ideal e espiritualidade cartusiana

Falar da espiritualidade e do ideal da Cartuxa é dirigir singelamente um olhar agradecido para a rocha de que fomos talhados, para nosso pai São Bruno. Este nome evoca, para nós, suas filhas, aquele homem de coração profundo que se deixou seduzir pela Absoluta Bondade de Deus e, renunciando a um brilhante porvir, retirou-se ao deserto de Chartreuse. Ali, permanecendo à escuta do Espírito, concedeu ao Amor o direito de ser o tudo de sua vida e esse Amor, extravasando do coração de Bruno e impregnando os corações dos irmãos que com ele viviam no deserto, criou entre eles um vínculo indestrutível de caridade que nos transmitiram através dos séculos.
"Amor a Deus no deserto" e "amor às irmãs que compartilham nosso deserto" são os dois pólos fundamentais da vocação cartusiana. Nossa vocação não costuma ser muito conhecida no que tem de mais peculiar, e se é com razão que nos consideram “monjas contemplativas", pois o somos, é muito importante adicionar algo essencial de nossa vocação: somos "uma comunhão fraterna de solitárias".

Procurar a união com Deus no silêncio e na solidão é nosso principal empenho e o ideal de nossa vocação. Por isto, a solidão impregna nossa existência interior e exterior. Nossos mosteiros se constroem, deliberadamente, em lugares apartados de toda população. As celas se encontram acondicionadas como ermidas, oferecendo assim a cada monja a possibilidade de uma autêntica vida solitária. Uma Cartuxa reproduz, hoje em dia, o que foram no Egito as "Cavernas" no princípio do monacato cristão.

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